terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Argos 2015
na JediCon do Planetário da Gávea

201511292359O1  —  20.232 D.V.

“I know where I came from... but where did all you zombies come from?”
(“All You Zombies”, Robert A. Heinlein)

“Você será um principiante em viagens no tempo enquanto não voltar ao passado para transar e engravidar uma antepassada sua.”
(Frase de viajante temporal do romance Up the Line, de Robert Silverberg)

Dia 1 (Sábado – data estelar: 20151128O7)
Manhã ensolarada de sábado neste fim de primavera carioca.  Com uma participação em mesa-redonda agendada na JediCon por Clinton Davison, presidente do Clube de Leitores de Ficção Científica (CLFC), e eu, inadvertida e infelizmente, preso em casa por conta da instalação de um fogão high-tech e um ar-condicionado novos, com direito a mudança de tomada de 127 para 220 volts, instalação de disjuntor, dois eletricistas e um técnico da Brastemp aboletados em nossa cozinha, grosso modo, faina careca das 08h00 às 17h00.
De qualquer forma, segundo relato do amigo Eduardo Torres, a mesa-redonda transcorreu numa boa, embora tenha sido aberta às 12h30, em vez de no horário previsto de 10h00, como combinado inicialmente.  Os participantes foram Clinton Davison; Carlos Orsi Martinho; Fábio Fernandes; Alexey Dodsworth; Ricardo França; João Beraldo; Saulo Adami.
No meu lado do front, acabou dando na justa para chegar ao restaurante Estação Gourmet (o nome do estabelecimento não é mais esse, mas esqueci de registrar a nova designação) às 19h00.  Ao desembarcar do ônibus de integração do metrô na Estação Botafogo, encontrei com o amigo Naelton Araujo, meu veterano no curso de Astronomia no Observatório do Valongo e atual responsável pela área de divulgação científica do Planetário da Gávea.  Ele falou que, infelizmente, não iria comparecer à JediCon no dia seguinte.
Chegando ao restaurante, encontrei em nossa mesa tradicional, os velhos amigos Eduardo Torres e Max Mallmann.  Senti-me bastante feliz e emocionado com a notícia de que Max está melhor e reagindo bem ao tratamento.  Bola para frente!
Vinda de uma exposição de artes em Botafogo, Cláudia chegou pouco depois.  Em seguida apareceu o Ricardo França.  Carlos Orsi Martinho chegou logo após, escoltado por Luiz Felipe Vasques, na qualidade de guia nativo.  Felipe posou com seu new look: cabelo curto e praticamente sem barba.  Já Clinton Davison, seguinte na ordem de chegada, materializou-se no salão trajado (fantasiado?) de carioca típico: bermudas, camiseta e sandálias havaianas.  O último a chegar foi o amigo Daniel Russel Ribas, com look & aparência normal, conquanto algo abatido.
Enquanto só estávamos eu, Max e Edu, esse último discorreu sobre as falas dos participantes da mesa-redonda.  Comentou que Alexey apresentou o astrofísico Gustavo F. Porto de Mello, presente na plateia.  Como Naelton, Gustavo também foi meu veterano na Astronomia.  Alexey homenageia Gustavo transformando-o em personagem de seu romance Dezoito de Escorpião.  Tanto na FC quanto na vida real, Gustavo descobriu que a anã amarela 18 Scorpii (HR 6060), distante cerca de quarenta seis anos-luz do Sistema Solar, é a estrela mais semelhante ao nosso Sol que se conhece.  Mais detalhes sobre o romance abaixo.  Quanto à estrela em si, confira em http://www.solstation.com/stars2/18sco.htm
Mais tarde, na presença dos demais, Eduardo também falou sobre a participação de Saulo Adami, maior expert brasileiro sobre o Planeta dos Macacos e provavelmente um dos maiores colecionadores mundiais de memorabilia desse universo ficcional.  Mais uma vez defendi a tese execrada de que a versão de Tim Burton (2001) é a mais consistente em termos de argumentação científica, evolução dos primatas, além de ser a mais fiel ao romance homônimo do autor francês Pierre Boulle, que deu origem ao U.F.  Aproveitei para abordar certas nuances do romance ausentes em quaisquer dos filmes e seriados televisivos.  Alguém lembrou que os macacos do filme original concorreram ao Oscar de maquiagem contra os australopitecos exibidos na primeira parte do clássico 2001: Uma Odisseia no Espaço.  Conta a lenda que os macacos do Planeta ganharam o Oscar pelo fato de que o comitê julgador da Academia de Hollywood considerou os primatas do filme de Kubrick autênticos e não meros atores fantasiados.
Também discutimos amiúde as chances e nossas opiniões pessoais sobre os trabalhos finalistas nas diversas categorias do Argos.  Felipe e Clinton divulgaram que a antologia Super-Heróis (Draco, 2013), que eu e o primeiro organizamos, foi bem votada, embora tenha sido considerada obviamente inelegível, pela data de lançamento.  Neste caso em particular, creio que o fator principal de indução ao erro tenha sido a lista do Anuário Brasileiro de Literatura Fantástica que o próprio CLFC divulgou por e-mail, pois a lista relacionava nossa antologia como tendo sido publicada em 2014.
O ponto alto do papo dessa noite foi sem dúvida nosso colóquio informal sobre narrativas de viagens no tempo.  Como apaixonado e estudioso do assunto, Eduardo Torres discorreu longamente sobre o romance de Robert Silverberg Up the Line (Ballantine, 1969), onde o protagonista revela seu cotidiano, peripécias e traquinagens como agente de uma empresa de turismo temporal.  Edu lamentou que nunca se tenha cogitado produzir um filme de ficção científica inspirado nesse romance.  Quando chegamos ao tópico dos loops temporais fechados, lembramo-nos com prazer dos enredos memoráveis do conto “12:01 PM” do Richard A. Lupoff[1] e de sua versão televisiva, bem como de seu análogo nacional, o conto “Estes 15 Minutos” de Carlos Orsi Martinho.[2]  Em virtude do risco elevado de spoilers, não detalharei essas duas narrativas, embora as recomende com o máximo empenho.  Não resisti a tecer elogios ao romance de Audrey Niffenegger, A Mulher do Viajante no Tempo (Objetiva, 2009), também com versão cinematográfica (cujo título, algo piegas, em português é Te Amarei para Sempre) e, em minha opinião a narrativa mais pungente do drama pessoal e existencial de um viajante temporal.  Claro que não poderíamos deixar de comentar e babar sobre o magnífico conto clássico “All You Zombies”, de Robert A. Heinlein, a narrativa curta mais intrincada e bem urdida da história do gênero.  Ainda mais que a bela versão cinematográfica desse conto, O Predestinado (2014), foi lançada na TV a cabo brasileira poucos meses atrás.
No quesito imortais que convivem conosco e contemplam a passagem da história humana desde o início dos tempos até o presente, comparamos favoravelmente a narrativa do romance Zigurate (Rocco, 2003), de Max Mallmann, com a do filme Hancock (Columbia, 2008).
Ribas indagou sobre a perspectiva de lançamento da antologia Dinossauros, que organizei para a Draco em 2014.  Adiantei que o Erick havia comentado comigo durante a Bienal do Livro: a publicação da edição impressa está prevista para 2016.
Quando estávamos prestes a pedir a conta, desabou uma chuvarada violenta e meteorologicamente imprevista, pois os sites de previsão indicaram chances nulas de ocorrência de chuva na cidade.  Mesmo assim, após certa dificuldade, Cláudia logrou obter um táxi pelo aplicativo do celular e conseguimos voltar para casa secos e incólumes.

Ricardo França, Carlos Orsi, Edu Torres, Clinton Davison,
Daniel Ribas, Felipe Vasques, Max Mallmann e GL-R.


Carlos Orsi (Martinho), Eduardo Torres e Clinton Davison.

GL-R & Cláudia Quevedo Lodi.



Dia 2 (Domingo – data estelar: 20151129O1)
Acordamos cedo para caminhar no Jardim Botânico.  Ao regressar do passeio, depois de uma hora de lei na ergométrica, com a leitura de mais capítulo de Psychology Gone Wrong: The Dark Side of Science and Therapy (BrownWalker Press, 2015), de Tomasz Witkowski & Maciej Zatonski, tomei banho, me vesti e segui de ônibus da integração do metrô até o Planetário da Gávea.
Junto ao portão de entrada, após certa hesitação funcional do pessoal responsável pela identificação, consegui minha pulseira de participante, evitando assim a fila quilométrica que já serpenteava calçada do planetário abaixo às 11h20.  A obtenção do crachá ficaria para mais tarde.
Ao subir a rampa do estabelecimento para o segundo piso, encontrei Carlos Orsi Martinho e Ricardo França.  Ficamos conversando por cerca de meia hora sobre idiomas e linguística.  Distávamos a cerca de dez metros da sala de imprensa, onde Clinton Davison e Jorge Luiz Calife concediam entrevistas a dois sites de divulgação.
Dali, após reunirmos forças com João Marcelo Beraldo, Jorge Pereira, Eduardo Torres e seu filho Iuri (já da altura do pai aos treze anos), e Lorena França, filha do Ricardo, ingressamos na Cúpula Carl Sagan, onde se realizaria a cerimônia de entrega do Prêmio Argos 2015.  Pouco antes de entrar, obtive meu crachá de convidado.
Dentro da cúpula, encontramos os amigos Ana Cristina Rodrigues, Octavio Aragão, Fábio Fernandes e Max Mallmann; esse último, acompanhado pela esposa, a escritora e poeta Adriana Lunardi.  Antes do início da cerimônia, Octavio me contou sobre sua crise de vesícula que o deixou internado na UTI por alguns dias, culminando na extirpação do órgão insidioso e no consequente restabelecimento, ainda em curso, de nosso amigo.

Eduardo Torres, Iuri Torres e Jorge Pereira.

Octavio Aragão, Ricardo França e Iuri,

Adriana Lunardi, Ana Cristina Rodrigues e Max Mallmann.

Concepção artística do Troféu Argos projetado
no telão da Cúpula Carl Sagan.


Por volta das 13h00, diante de uma platéia de cerca de cem pessoas, na qualidade de presidente do CLFC, Clinton deu início aos trabalhos da cerimônia de entrega das premiações.  Após um discurso breve em que abordou um pouco da história e do propósito do clube em geral e do Argos em particular, ele me convocou ao palco para a entrega do Argos Especial para Jorge Luiz Calife.  Falei da importância do Argos Especial como reconhecimento ao homenageado pelo conjunto da obra e por sua importância para a literatura fantástica nacional.  Citei os três romances da trilogia que constitui a obra magna, pela qual Calife é mais conhecido: Padrão de Contato (Nova Fronteira, 1985); Horizonte de Eventos (idem, 1986); e Linha Terminal (GRD, 1991), lembrando ainda que o autor é considerado o decano da ficção científica hard nacional.[3]  Em seu discurso de agradecimento, Calife manifestou sua alegria por ter sido agraciado com o Argos Especial.

Fala inicial de Mr. President Bill Clinton Davison.

Cerimônia do Argos 2015 na JediCon,
Cúpula Carl Sagan do Planetário da Gávea.

Argos Especial 2015.

Discurso de agradecimento de Jorge Luiz Calife.


Clinton retomou a palavra e explicou à plateia que a cerimônia de premiação do Argos foi inspirada no Oscar, atribuído pela Academia de Ciências Cinematográficas de Hollywood.  Inclusive, o vencedor de cada uma das três categorias é mantido em sigilo absoluto até o anúncio proferido pelo sócio sênior convidado/convocado para a tarefa.
Em seguida, o presidente convocou o sócio Eduardo Torres, que exerceu a presidência do CLFC no biênio 2009-2011, para a entrega do Argos 2015 na categoria estreante Melhor Antologia.  Eduardo procedeu à leitura dos trabalhos finalistas, projetados na tela côncava da cúpula.  Em seguida, recebeu das mãos do presidente o envelope selado com o nome da antologia vencedora.  Aberto o mesmo, Eduardo anunciou Vaporpunk: Novos Documentos de uma Pitoresca Época Steampunk (Draco, 2014), organizada por Fábio Fernandes e Romeu Martins.  Fábio Fernandes desceu ao palco para receber o troféu do Argos.  Emocionado, Fábio proferiu seu discurso de agradecimento na presença de seus pais e também de seu filho.

Eduardo Torres entrega o Argos 2015, Categoria Melhor Antologia.

Coantologista Fábio Fernandes recebe o Argos 2015 por
Vaporpunk: Novos Documentos de uma Pitoresca Época Steampunk.

Discurso de agradecimento de Fábio Fernandes.


Dando prosseguimento à cerimônia, Clinton convocou o escritor e professor Octavio Aragão ao palco para, como vencedor do Argos 2014 na categoria Ficção Curta, proceder à entrega da premiação dessa categoria neste ano.  Como Eduardo antes ele, Octavio leu os títulos dos contos e noveletas concorrentes e os nomes de seus autores.  Em seguida, abriu o envelope e anunciou o vencedor: “Clitoridectomia” (Draco, e-book, 2014), de Carlos Orsi Martinho.  O autor desceu ao palco para seu discurso de agradecimento, comentando que era sua segunda vitória nesta categoria do Argos.  A primeira premiação deu-se no Argos 2013, com o conto “No Vácuo Você Pode Ouvir o Espaço Gritar”.

Octavio Aragão entrega o Argos 2015, categoria Melhor Ficção Curta.

Carlos Orsi recebe o Argos 2015 por "Clitoridectomia".


Finalmente, Clinton convocou ao palco Ana Cristina Rodrigues, que exerceu a presidência do CLFC no biênio 2007-2009, para a entrega do Argos 2015 na categoria Melhor Romance.  Ana leu os títulos e autores dos trabalhos finalistas e, uma vez aberto o envelope, anunciou como vencedor Dezoito de Escorpião (Novo Século, 2014), de Alexey Dodsworth.[4]  O autor desceu ao palco para proferir seu discurso de agradecimento e revelou estar prestes a publicar outro romance de ficção científica em 2016, O Esplendor, agora pela editora Draco.

Ana Cristina Rodrigues entrega o Argos 2015, categoria Melhor Romance.

Alexey Dodsworth recebe o Argos 2015 por Dezoito de Escorpião.


Encerrada a parte formal da cerimônia, reunimos os vencedores das três categorias e o detentor do Argos Especial no palco da cúpula para uma sessão de fotografias, que se prolongou até que os organizadores da JediCon nos convidaram gentilmente a evacuar o recinto de modo a facultar a entrada do público para a próxima atração.

Vencedores do Argos 2015: Alexey, Carlos Orsi, Calife e Fábio Fernandes

Agraciados & Mr. President.


Reunimo-nos junto à entrada da Carl Sagan para combinar um almoça de confraternização entre aqueles que iriam permanecer no evento, bem como para se despedir daqueles que não iriam.  Infelizmente, ainda convalescente, Octavio Aragão não pôde almoçar conosco.  Fábio Fernandes se despediu de nós ali mesmo, pois iria almoçar com a família, que comparecera para prestigiá-lo (e congratulá-lo!) na cerimônia do Argos.  Jorge Luiz Calife desapareceu sem que pudéssemos contactá-lo.
Enquanto procurávamos alguns retardatários, dei um pulo ao estande de vendas do CLFC para convidar João Beraldo e Alexey Dodsworth para o almoço.  Encontrei o fã Alberto Oliveira no justo instante em que coletava um autógrafo do exemplar do romance Império de Diamante (Draco, 2015), do Beraldo.  Eu e Alberto acompanhamos Beraldo até a Sala de Imprensa, na esperança de que ele pudesse deixar seus livros ali durante o almoço, ideia vetada in abruptu pela Assessora de Imprensa do planetário.  Dali seguimos até a Sala de Cosplay, no terceiro piso do planetário: nova negativa.  Enfim, numa terceira sala, logramos armazenar os dezoito exemplares e, mesmo assim, a título de favor pessoal prestado pela responsável pela guarda de objetos.
Quando eu, Beraldo e Alberto — após nadar contra a maré humana naquele genuíno mar de fãs a paisana ou fantasiados de stormtroopers, Princesas Leias, Yodas, Darth Vaders, Luke Skywalkers e demais Cavaleiros Jedis — retornamos ao piso térreo, o povo já havia partido para o restaurante combinado.  Felizmente, sabíamos o rumo que haviam tomado e os reencontramos pelo meio do caminho em plena Marquês de São Vicente.  Dali seguimos os dezesseis até a Praça Santos Dumont.  A ideia inicial era almoçar no Bar e Restaurante Hipódromo (uma vez que seria inconcebível encontrar lugar para dezesseis pessoas às 14h30 de sábado no Braseiro da Gávea).  No entanto, o próprio Hipódromo também estava lotado.  Ante as circunstâncias adversas, empreendemos retirada estratégica até o Garota da Gávea, onde enfim obtivemos uma mesa capaz de abrigar nossa tribo.  Sentei em frente ao Edu Torres, com Clinton à minha esquerda e Max Mallmann à minha direita.  Ao longo do repasto, conversei basicamente com esses três e também com o Martinho, a Ana Cris e o Beraldo, com quem dividi uma mais do que generosa picanha na chapa com arroz à piemontesa, ainda guarnecida por uma porção de batatas fritas e uma farofa de ovo muito gostosa.  Nosso prato foi o último da mesa a chegar, mas, definitivamente, não perdemos por esperar.  Reguei esse ágape com três taças de um tinto português não identificado, mas bastante potável, e quatro garrafinhas de água com gás.

Almoço: Carlos Orsi, Jorge Pereira, Ana Cristina,
Miguel Rodriges e Max Mallmann.

Almoço: Clinton Davison, João Beraldo e Eduardo Torres.

Almoço: Alberto Oliveira, Ricardo França e Lorena França.

Almoço: nossa mesa. Em primeiro plano, Alexey Dodsworth e amigos.



Durante o almoço, eu, Eduardo, Beraldo e Clinton conversamos sobre as perspectivas de se obter um CNPJ para o CLFC.  No quesito alcoólico, falei e ouvi mais de cerveja do que de vinho.  Os papos entrecruzados sobre as polêmicas recentes na lista de discussão do CLFC me levaram a apresentar um breve histórico sobre a criação da dita lista.  Clinton revelou que a página do CLFC no Facebook já goza de mais de sete mil assinantes, por certo uma maioria deveras silenciosa, pois são (bem) menos de cem pessoas que normalmente se manifestam ali.  Para diversão dos presentes, eu e Martinho relembramos vários episódios pitorescos ocorridos em convenções que freqüentamos na década de 1990 da capital paulista.

Almoço: Carlos Orsi trajado a caráter.


Fechamos a conta da mesa e deixamos o Garota da Gávea por volta das 15h40.  A maioria da tribo regressou à JediCon.  Martinho precisava tomar um táxi para o Galeão.  Como senti que o evento em si já havia dado para o gasto, decidi acompanhá-lo até o ponto de táxi informal que costuma funcionar no posto de combustível no quarteirão da minha casa.  Assim, sob o céu escuro e trovões que prenunciavam dilúvio iminente, caminhamos pela rua Jardim Botânico e, previsivelmente a posteriori, fomos surpreendidos por uma forte tempestade de verão mais ou menos à altura do portão principal do arboreto do Jardim Botânico.  Como diz o velho ditado, “o que não tem remédio, remediado está”, até porque, depois que você já está encharcado, a chuva já não desperta mais temor ou desconforto.  Uma vez no posto de abastecimento, paramos um táxi que se dispôs a levar meu amigo até o aeroporto.  Ao chegar em casa, um banho morno mais tarde e eu já estava pronto para outra.
Jardim Botânico, Rio de Janeiro, 29 de novembro de 2015 (domingo).




Participantes:
Adriana Lunardi
Alberto Oliveira
Alexey Dodsworth
Ana Cristina Rodrigues
Carlos Orsi Martinho
Cláudia Quevedo Lodi
Clinton Davison
Daniel Russell Ribas
Eduardo Torres
Fábio Fernandes
Gerson Lodi-Ribeiro
Iuri Torres
João Marcelo Beraldo
Jorge Pereira
Lorena França
Luiz Felipe Vasques
Max Mallmann
Miguel Rodrigues
Octavio Aragão
Ricardo França





[1].  Presente na antologia The Time Travel Megapack (Wildside Press, 2013), organizada por John Bettancourt.
[2].  Presente na coletânea Tempos de Fúria (Draco, 2015).
[3].  Calife já havia sido agraciado com o Argos 2002, na categoria Melhor Livro, pela coletânea Sereias do Espaço (Record, 2001).
[4].  O enredo complexo e instigante de Dezoito de Escorpião gira em torno de uma sociedade secreta estabelecida há mais de meio milênio que desenvolve supertecnologias e as mantêm ocultas do grosso da humanidade para tentar manipular o desenvolvimento de nossa espécie.  A partir de meados do século XX, essa sociedade secreta translada paramutantes humanos para mundo biótico orbitante em torno de 18 Scorpii, para onde já havia levado tribos indígenas ameaçadas de extinção na América do Sul.  Os protagonistas mutantes Arthur, Martin e Laura constituem um trio no mundo biótico de 18 Scorpii perturbando involuntariamente os planos da organização secreta em relação ao destino da humanidade.  Dodsworth elabora uma pletora de ideias pertinentes e originais que, em minha opinião, poderiam ser mais bem aproveitadas se a temática da paranormalidade não fosse tão exacerbada no enredo do romance.  Mesmo não sendo perfeito, Dezoito de Escorpião é original e notável.  Portanto, mais do que merecedor do galardão de Melhor Romance do prêmio Argos 2015.

2 comentários:

  1. Olá amigo... só pra corrigir pra não deixar duvidas... sou UM dos responsáveis pela divulgação científica no Planetário... temos vários divulgadores, eu sou apenas mais um... muito bom te ver sempre...

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